Dicas para "matar" o gosto pela leitura
Da experiência obtida com várias gerações que passaram por aulas de leitura e literatura foi possível fazer algumas constatações que resultaram na seguinte conclusão: "matar" o gosto pela leitura é algo muito fácil, principalmente, se o processo tiver início na infância. Se você for um professor interessado em desenvolver em seus alunos a ojeriza pela leitura e literatura siga à risca os conselhos abaixo, que, entre outros, segundo Rosa Maria Torres*, são muito úteis.
# Mande ler como castigo (por não ter feito a tarefa, comportar-se mal na sala de aula, etc.);
# antes de começar a ler algo, advirta a turma toda com tom enérgico que, ao terminar a leitura, fará perguntas ou provas;
# peça resumo de tudo o que mandar ler;
# selecione para ler algo que lhe pareça interessante, mesmo que aos alunos pareça difícil e pesado;
# faça-os ler todos os anos os mesmos livros;
# dê como regra a seus alunos o dever de ler ao menos um livro por semana;
# desenvolva em seus alunos o hábito de encher fichas de leitura para cada livro que leem;
# nas avaliações pergunte os dados como o lugar da publicação do livro, nome da mãe do autor, o número de páginas do livro(..);
# no momento em que a leitura estiver mais interessante interrompa fazendo perguntas para ver se os alunos estão seguindo-a;
# desconsidere o trabalho do aluno por ele não ter trazido ou comprado o livro a tempo;
# Enfim, siga em frente e continue convencido de que o mais importante é fazer com que os alunos leiam, não que desenvolvam o gosto e, conseqUentemente, o hábito pela leitura.
*TORRES, Rosa Maria. ESPACIOS PARA LECTURA, ANO 2, Nº 5, 2000.
TRADUÇÃO (e adaptação): Jussára C Godinho - Licenciada em Letras Português e Espanhol.
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Papel da BIBLIOTECA ESCOLAR
A Biblioteca Escolar exerce papel fundamental na mediação para a construção do conhecimento, constituindo-se como espaço pedagógico de extrema importância no processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, a função da Biblioteca Escolar torna-se essencialmente pedagógica, com objetivos exclusivamente pedagógicos, contribuindo com o coletivo da escola para a formação de leitores-escritores-cidadãos conscientes e atuantes na realidade que os cerca.
O Educador que atua nesse espaço escolar tem como função mediar a construção do conhecimento do aluno, através da exposição do mesmo com todo o acervo disponível e, também, do planejamento e concretização de ações de incentivo à leitura e à pesquisa, desenvolvendo-as articuladamente com toda a comunidade escolar.
A Escola, é o espaço em que a criança precisa se encontrar com a Leitura, a qual desvendará o mundo para que ela possa interpretá-lo e estabelecer relações com sua vivência, construindo, assim, conhecimentos necessários para a sua formação plena como cidadão, com ser humano.
Bibliografia consultada: SILVA, Waldeck Carneiro da. Miséria da Biblioteca Escolar. Cortez. São Paulo: 1999.
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Poesia na sala de aula
A leitura é fundamental para o desenvolvimento intelectual e para a construção do conhecimento, pois ela modifica, transforma, amplia a visão de mundo, proporciona a descoberta da realidade, das ideias, das palavras, levando o leitor até a sua plenitude humana.
Levar a leitura ao encontro do aluno e vice-versa é um compromisso de todos os envolvidos e comprometidos com a educação. Sendo assim, a escola e o professor e a professora exercem papel fundamental na mediação para a construção desse conhecimento.
Todos os gêneros devem ser explorados, e dentre tantos, temos a Poesia, que é extremamente significativa para a reflexão e para a descoberta do interior de cada um, possibilitando, assim, a aprendizagem e o prazer pela leitura e pela literatura.
Acredito que através do texto poético é possível ensinar e aprender, abrindo portas nos corações e deixando fluir toda a sensibilidade existente na essência de cada ser. E, quem sabe, assim, seja viável a construção de um mundo diferente, mais humano.
E o mediador do encontro do aluno com a Poesia é você, educador e educadora!
Refletindo sobre nossa realidade escolar, retomo um dos mestres da literatura brasileira, Carlos Drummond de Andrade* que diz: "Sei que se consome poesia na sala de aula, que se decoram versos e se estimulam pequenas declamadoras, mas será isto cultivar o núcleo poético da pessoa?" e cito, também, Gloria Kirinus*, que ao referir-se ao trabalho com textos poéticos na escola, afirma que "a poesia na escola moderna sofre o descaso de parte de pais e professores. São contadas as escolas que reservam um horário especial para poesia na sala de aula. E que contam com professores motivados e preparados para esta re-iniciação. Da mesma forma, os textos escolares, quando apresentam poemas, o fazem com o propósito de verificar a compreensão do aluno, quando não para inculcar valores morais ou patrióticos. a ideia de sentir, com Freinet, a poesia como sendo um canal "para continuar na escuta misteriosa da vida" não faz sentido para a escola que subestima o lado intuitivo do aluno.
Concluo, citando outra vez Drummond e fazendo minhas estas suas palavras:
"Amar a poesia é forma de praticá-la recriando-a. O que eu pediria à escola, se não me faltassem luzes pedagógicas, era considerar a poesia como primeira visão direta das coisas e depois como veículo de informação prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que se identifica basicamente com a sensibilidade poética."
Jussára C Godinho
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